O Salgueiro entrou na Marques de Sapucaí com um desfile perfeito, mas a apresentação da vermelho e branco se transformou no grande drama da noite. Problemas com carros alegóricos fizeram a escola perder um ponto por ter estourado o tempo regulamentar em 10 minutos. O desespero da diretoria foi tanto que até a própria presidente do Salgueiro, Regina Celi, tirou os sapatos de salto alto para ajudar a agilizar a retirada dos carros na dispersão.
O carnavalesco Renato Lage, responsável por um show luxuoso e criativo, chegou ao final do desfile cabisbaixo, admitindo que o atraso tirou o Salgueiro da briga pelo Carnaval 2011. 'É uma pena. Acho que agora vai ser difícil', lamentou. Segundo Lage, o problema aconteceu pela 'ansiedade' dos auxiliares, responsáveis pelo deslocamento dos carros alegóricos. O salgueiro teve dificuldades para colocar na avenida três carros e o problema mais grave aconteceu no último, que representava a principal premiação do cinema mundial: o Oscar.
A sucessão de problemas levou a escola a segurar o passo para não abrir grandes buracos ao longo da passarela do samba. A bateria comandada pelo mestre Marcão nem chegou a parar no recuo. Os ritmistas fantasiados de oficiais do Bope chegaram a dispersão chorando, arrasados com o drama protagonizado pela escola, que entrou com chances reais de garantir o campeonato.
No final, as alas deixaram de sambar e apenas corriam para a dispersão. O drama da escola ofuscou uma apresentação luxuosa e criativa, que teve como um dos pontos altos uma referência a Madame Satã, um dos filmes brasileiros mais famosos. Com fantasias bem acabadas e grandes carros, o Salgueiro buscou retratar o Rio de janeiro como palco de um filme. Lage chegou até usar em seu carro abre-alas cadeiras usadas na rede Severiano Ribeiro em Brasília para dar um toque verídico a magia do cinema.